Decisão sobre 8.ª avaliação da troika "em breve"
"No que diz respeito aos planos para a próxima missão da troika, as discussões estão em curso com os parceiros e as autoridades portuguesas. Estaremos prontos para comunicar esses planos, assim que estiverem finalizados", anunciou o porta-voz do comissário europeu para os Assuntos Económicos e Monetários.
Tendo como ponto de partida a mensagem de Cavaco Silva, Simon O"Connor insistiu na importância do "consenso social e político" em torno do programa de ajustamento
"Saudamos o apelo do presidente para um amplo consenso social e político em Portugal, que é algo que nós temos mencionado constante e intensamente, como um elemento importante para a implementação do programa desde o início", afirmou.
O porta-voz de Olli Rehn disse que ainda que Bruxelas "confia nas instituições democráticas em Portugal". "Estamos ansiosos para continuar trabalhar com o governo português e para apoiar os esforços de Portugal, para criar as condições para uma saída bem sucedida do programa e para criar crescimento e emprego sustentável", reiterou.
"A Comissão tomou nota do apelo do presidente de Portugal para que seja assegurado o cumprimento do programa de ajustamento e para que seja evitada qualquer instabilidade política, nesta altura, que poderia minar o restauro da confiança na perspectiva económica portuguesa", insistiu o porta-voz.
No entanto, Simon O"Connor não adiantou qualquer decisão sobre o arranque da próxima missão da troika, que está marcada para a próxima segunda-feira, 15 de Julho.
Fontes contactadas em Bruxelas admitem que "se Portugal pedir" os parceiro europeus "não colocarão entraves" a um adiamento ou eventual fusão da oitava avaliação com a nona, uma vez que esta possibilidade "chegou a ser ponderada", estando apenas em causa a proximidade da conclusão da avaliação anterior, que se prolongou por quase três meses.
Em declarações ao Dinheiro Vivo, um alto responsável do eurogrupo admitiu recentemente que, em Bruxelas, há "a noção" que o adiamento da oitava missão da troika "poderá ter que acontecer". O mesmo responsável considera "esta revisão já era estranha porque com o atraso da sétima deixou de fazer sentido e chegou a por-se a hipótese de serem as duas fundidas".
Se Portugal pedir um adiamento "é possível" que seja aceite. "O único problema de adiar uma revisão ao programa de ajustamento é que a entrega da tranche se atrasa. Mas, neste momento, Portugal não precisa do dinheiro", por já ter assegurando as necessidades de financiamento para este ano, independentemente dos empréstimos da troika. "Por isso, não há problema nenhum", considerou.
"Formalmente, esta revisão nem era necessária", disse a mesma fonte, advertindo que Portugal "não está como a Grécia: em desespero para receber o dinheiro. Por isso não há problema nenhum em que esta revisão seja realizada ao mesmo tempo da próxima", desdramatizou.
"A questão é apenas saber se há quem tome decisões ou não. Mas, uma vez que Portugal tem um primeiro-ministro, um ministro das Finanças e um governo a funcionar plenamente, então a revisão faz-se e o adiamento, por agora, na verdade não se coloca".